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Técnicos da Embrapa, Unemat e Instituto Socioambiental dão largada a ações em campo da Campanha ?Y Ikatu Xingu
Técnicos da Embrapa, Unemat e Instituto Socioambiental dão largada a ações em campo da Campanha ?Y Ikatu Xingu
16/02/2007 12:37:08
por Coordenadoria de Comunicação Social

Os técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso) e do Instituto Socioambiental (ISA) já colocaram o pé na estrada para dar início ao projeto que vai realizar pesquisas, dispor novas tecnologias e campanhas educativas sobre produção agropecuária sustentável na Bacia do rio Xingu no Mato Grosso. De 31 de janeiro a 7 de fevereiro, um grupo de pesquisadores das três instituições visitou os municípios de Querência e

Canarana para definir pontos de coleta de água e as propriedades em que serão instaladas as quatro primeiras unidades demonstrativas do projeto, onde também serão realizados trabalhos práticos de campo.

Trata-se de uma parceria promovida pela campanha ‘Y Ikatu Xingu, que pretende proteger e recuperar as nascentes e as matas ciliares do rio Xingu. A iniciativa conta com mais de R$ 750 mil da própria Embrapa e do Fundo Setorial do Agronegócio, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Durante três anos, serão desenvolvidos sete subprojetos voltados à recuperação de matas de beira de rio (Áreas de Preservação Permanente-APP), integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, monitoramento da qualidade da água, plantio direto de soja, planejamento e uso do solo, educação ambiental, manejo de pastagem e sistemas agroecológicos. Serão realizadas atividades com estudantes, técnicos, assentados, agricultores familiares, médios e grandes produtores da região de Querência, Canarana, Água Boa, Ribeirão Cascalheira, Nova Xavantina e São José do Xingu.

“O projeto tem essa qualidade de reunir atores diferentes, de setores diferentes, para apoiar propostas comuns. A receptividade tem sido excelente”, comemora Ladislau Skorupa, coordenador da iniciativa pela Embrapa. Ele informa que, a partir de março, será entregue o equipamento e começa o treinamento de técnicos da Unemat e parceiros locais para a coleta de água. Também serão iniciados a instalação das unidades demonstrativas e os contatos com as secretarias municipais de Meio Ambiente, Educação e Agricultura para a elaboração de um programa de educação ambiental a ser desenvolvido com os estudantes. O projeto tem participação direta e indireta de 70 técnicos de 12 diferentes unidades da Embrapa. “Nossa intenção manter a presença da instituição na região e tentar trazer novos projetos”.

A comitiva foi acompanhada pela secretária de Agricultura e Meio Ambiente de Canarana, Eliane Felten, pelo secretário de Agricultura de Querência, Daltro Barbosa, e pelo presidente do Sindicato Rural de Canarana e Vice-presidente Leste da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso), Marcos da Rosa. Os técnicos também visitaram Água Boa para conhecer áreas ameaçadas pela erosão e encaminhar o problema para outras unidades da Embrapa.

“Não há nenhum órgão no Brasil com mais competência e respaldo técnico do que a Embrapa para nos dizer o que podemos ou não fazer em nossas propriedades”, diz Daltro Barbosa. Para ele, um dos maiores problemas enfrentados pelo setor produtivo no nordeste do Mato Grosso é a falta de detalhamento do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) estadual, o que estaria impedindo a definição das áreas mais aptas à produção e à conservação e, assim, engessando o desenvolvimento local.

“Os produtores estão dispostos a contribuir no controle do desmatamento, mas precisamos de regras bem definidas. Não sabemos quanto do município pode ser desmatado e onde fica exatamente a área de transição entre floresta e Cerrado, por exemplo”.

O professor Amintas Rossete, do Departamento de Ciências Biológicas da Unemat de Nova Xavantina, considera que o projeto poderá levantar informações em primeira mão sobre os ecossistemas locais. “É uma região onde foram realizados poucos estudos”. Rossete avalia que a iniciativa é importante para sensibilizar os produtores sobre a questão da recuperação de APPs e do lixo nos rios. “Também poderemos disponibilizar aos municípios e aos produtores instrumentos para o planejamento do uso do solo”, explica o pesquisador, que é responsável pelo subprojeto voltado a esse assunto. Os dados gerados pelo subprojeto poderão servir justamente para o detalhamento do ZEE. “Essas informações serão oferecidas aos gestores públicos, cabe a eles adotar as orientações que serão elaboradas a partir daí.”

“Temos a oportunidade de fazer o que os países desenvolvidos não fizeram. Eles destruíram suas florestas. Nós podemos conciliar produção e conservação”, acredita Marcos da Rosa. Ele cita o trabalho realizado com os estudantes como fundamental para mudar a mentalidade das pessoas no futuro. O produtor aponta que o agronegócio recebe muitas críticas infundadas e que as informações produzidas pelo projeto podem mostrar às pessoas os problemas por que passa o setor.

Assessoria Instituto Socioambiental

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